segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A ORIGEM DO TRIGO:

A TEOSOFIA E O PÃO NOSSO DE CADA DIA.

Texto de: Cláudio Azevedo.

A Filosofia Esotérica afirma que o Trigo veio de Vênus; a uma Lenda Indígena diz o mesmo sobre a Agricultura e os Cereais.

As diversas fontes científicas disponíveis neste início de século 21 parecem concordar com a ideia de que o trigo nunca foi encontrado como planta nativa de algum país do nosso planeta, e que o seu uso agrícola se confunde com a origem da civilização humana, cuja memória histórica não vai muito além de 6 mil anos atrás. Pesquisas científicas admitem que o material genético das várias espécies do trigo é bastante complexo, se comparado com a maior parte das espécies de plantas. Também se constata que com o tempo surgiram cruzamentos do trigo com outras espécies de plantas gramíneas. Daí, provavelmente, a sua diversidade atual. Não há, em enciclopédias ou estudos conhecidos, uma informação que diga: “o trigo é natural de tal lugar ou país”.

Mesmo nos registros mais antigos, o trigo já aparece como uma espécie vegetal “domesticada” e não como um “mato nativo”. Ele parece ter sido sempre um resultado da agricultura. Esta planta herbácea, da família das gramíneas, está presente nas lendas de quase todas as religiões, e elas lhe atribuem uma origem divina. Os fenícios agradecem pelo trigo às suas divindades; os hindus dão grãos a Brahma. Para os gregos antigos, o trigo é um presente de Demeter, a deusa da agricultura, e para os romanos se trata de um presente da deusa Ceres: de “Ceres” vem o nome “cereal”. Os muçulmanos e cristãos também afirmam que a origem do trigo é celeste.

A filosofia esotérica tem uma explicação mais detalhada para a origem divina do trigo. A obra “A Doutrina Secreta”, de H.P.B. , foi escrita com base nos registros esotéricos da evolução do nosso planeta, que estão sob a guarda de sábios do Oriente. Referindo-se a um momento decisivo da evolução terrestre e humana, esta obra clássica afirma o seguinte:

“Frutos e grãos até então desconhecidos na Terra foram trazidos de outros Lokas [Esferas] pelos ‘Senhores da Sabedoria’, em benefício daqueles que governavam.” [1]

A passagem diz respeito a Vênus, porque é de lá que vieram os “Senhores da Sabedoria”. Pouco mais adiante, HPB menciona o fato de que o trigo jamais foi encontrado em estado silvestre em nosso planeta, e acrescenta:

“Podem encontrar-se as formas primitivas de todos os demais cereais, em várias espécies de ervas silvestres: o trigo, porém, tem desafiado até agora os esforços dos botânicos para descobrir-lhe a origem. E não esqueçamos, neste particular, quão sagrado era este cereal entre os sacerdotes egípcios; o trigo era colocado até mesmo junto de suas múmias, em cujos ataúdes foi encontrado milhares de anos depois.” [2] HPB lembra que, no livro egípcio dos mortos, vemos a deusa Ísis afirmar, seguindo a mesma linha das tradições de outros povos:

“Eu fui a primeira a revelar aos mortais os mistérios do trigo e dos cereais…”

H.P.B. também menciona o fato de que, segundo o I-Ching chinês, a agricultura surgiu graças “às instruções dadas aos homens pelos espíritos celestes”. [3]

Deste modo, podemos perceber facilmente um fato básico. Quando o cristianismo usa o pão em seus rituais, está adotando na realidade uma antiga tradição pagã, segundo a qual o trigo tem origem divina e extra-terrestre. Os vários mitos ocidentais e mais especificamente “A Doutrina Secreta” são confirmados também pela mitologia dos índios brasileiros Carajás.

Houve um tempo – diz uma lenda – em que a nação dos Carajás não sabia fazer roça, nem plantar o milho cururu, nem ananás, nem mandioca. A nação só vivia de frutas do mato, dos bichos terrestres que matava e de peixe. Naquela época, conta-se que um casal vivia com suas duas filhas.

Durante um certo anoitecer estrelado, a filha mais velha do casal olhou para Tahina-Can – Vênus, a “grande estrela” – e desejou fortemente viver com o planeta. Diante disso, o pai da moça riu. Ele disse que ninguém poderia alcançar Tahina-Can. A estrela vespertina estava muito longe.

O significado da passagem é que a humanidade olha para o alto em busca de ajuda em sua evolução. Ela aspira a algo maior, mas, inicialmente, a ajuda parece impossível.

À noite, quando todos dormiam, um velho de idade avançada surgiu e apresentou-se à moça. Disse que era Tahina-Can, Vênus, e perguntou a ela se queria casar com ele. Surpresa, ela disse que não. “Você é velho e feio”, explicou.

A velhice simboliza a sabedoria. A forma externa decepcionante serviu para testar o discernimento da discípula e saber se ela podia ir além das aparências. A humanidade de Vênus é mais velha e mais sábia que a humanidade terrestre. Porém, em geral, quando a ajuda do alto finalmente vem para os humanos, os mesmos que a pediram nem sempre estão dispostos a aceitá-la, porque ela não corresponde às expectativas criadas desde o ponto de vista da rotina e da ignorância. Neste caso específico, a ajuda vinda de Vênus pode ter sido rejeitada pelas sub-raças mais antigas da terceira raça-raiz, simbolizadas, na lenda, pela irmã mais velha.

Diante da reação da jovem, Tahina-Can começou a chorar. O choro de seres divinos simboliza não só a compaixão universal, mas também a irrigação, a purificação, a renovação da vida.

Denakê, a filha mais moça do casal, tinha um coração especialmente bondoso. Ela compadeceu-se do velhinho e disse que se casaria com ele. E ficaram juntos.

A bondade de coração abre as portas da sabedoria. O casamento entre o velho de Vênus e a filha mais moça do casal terrestre simboliza também a união alquímica entre eu superior – velho porque imortal – e o eu inferior, que é novo porque, sendo mortal, nasce outra vez a cada encarnação.

No dia seguinte, cedo pela manhã, o velho Tahina-Can, Vênus, foi trabalhar. Ele colheu sementes em um rio e criou a agricultura. Ele deu ao povo da terra os grãos e os cereais. E passou a usar um corpo físico jovem, adaptado ao processo terrestre. Assim se renovou o processo vital do nosso planeta. [4]

Esta tradicional lenda Carajá, do rio Araguaia, é mais uma validação no plano mitológico da afirmativa feita em “A Doutrina Secreta”, de que os sábios do planeta Vênus estão ligados à invenção da agricultura e ao começo do uso do trigo em nosso planeta.

Tais sábios deram vários tipos de apoio à evolução humana. Eles trouxeram ao nosso planeta o fogo da consciência, o princípio mental que nos faltava. Quando olhamos Vênus a cada anoitecer, ou quando comemos um pedaço de pão, vale a pena, portanto, lembrar que a evolução terrestre não é um processo isolado. Nosso ecossistema – nosso ambiente natural mais imediato – é o sistema solar.

NOTAS:

[1] Ver “A Doutrina Secreta”, de Helena Blavatsky, Ed. Pensamento, SP, volume III, p. 391. Na edição original em inglês “The Secret Doctrine”, de HPB, Theosophy Co., Los Angeles, ver volume dois, p. 373.

[2] “A Doutrina Secreta”, obra citada, volume III, p. 392.

[3] “A Doutrina Secreta”, obra citada, volume III, p. 393.

[4] “Lendas do Índio Brasileiro”, organização de Alberto da Costa e Silva, terceira edição, Ediouro, RJ, 300 pp., ver pp. 293-296.

Fonte:

http://blog.opovo.com.br

domingo, 15 de agosto de 2010

A PEDRA DO GUARDIÃO.



A princípio, apenas uma pedra; até que a luz do sol revele algo mais.

Balneário Camboriú - SC

Foto: Kika


Um Índio...
(Composição: Caetano Veloso)

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.


PAYÊ SUMAN - O GUARDIÃO DO BRASIL.


Suman, Sumé, Zumé, Pay Sumé, Pay Tumé... é o nome de uma antiga entidade da mitologia dos povos Tupis, Guaranis. Sua descrição variava de tribo para tribo. Teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses e que lhes havia transmitido uma série de conhecimentos. Além disso, seria o responsável pela introdução de alguns elementos básicos da alimentação indígena como a mandioca, o mate e a batata doce.


Os colonizadores católicos criaram o mito de que caracterizaria-se pela figura de um homem branco e barbado, que seria São Tomé. Os padres jesuítas associam esta figura ao apóstolo que é bastante conhecido por suas pregações ao redor do mundo, tendo visitado Ásia e América propagando a "boa nova". O apóstolo teria atingido as Índias Ocidentais seguindo a velha rota do cedro além-mar, praticada pelos cartaginenses (descendentes dos fenícios). Sua missão apostólica, conforme cita Patrick Lobdell (integrante da antiga missão chefiada pelo legendário coronel Fawcett), teria começado na cidade que hoje é conhecida como Tutóia (no Maranhão, uma antiga feitoria fenícia), tendo depois partido para a costa sul do Brasil, e depois para o sertão do país.

Para os índios, quando Sumé foi embora, deixou uma série de rastros escritos em pedra. Tais desenhos são considerados, pela ciência, desenhos de povos pré-indígenas.

Uma antiga trilha indígena chamada de Peabiru (caminho do sol) e situada na Paraíba, é conhecida por ter sido aberta por Sumé. Ainda há relatos de que Sumé percorreu todo território brasileiro, findando sua trajetória na Serra do Mar.

A existência de tal mito ao longo de uma grande extensão da América do Sul (do Peru ao Paraguai) o torna ainda mais curioso (Wikipedia).

Pai Sumé ou Suman é considerado o protetor da terra do Brasil. Este ensinamento tradicional é conservado por alguns pajés indígenas e caboclos. No Brasil existem dois tipos básicos de Pajelança (Xamanismo Brasileiro): a Indígena e a Cabocla.

A Indígena é a tradicional e milenar arte do pajé e não possui elementos “brancos”. A Cabocla é derivada da anterior e adotou elementos não indígenas das religiões cristãs e africanas. Ambas tradições são um tesouro espiritual para todo o brasileiro. Para o sábio da floresta a Natureza é viva e tem alma.

A Mãe Terra respira, canta e sente dor. Os bichos tem sua inteligência e parte invisível. Tudo tem uma hierarquia e nada fica solto sem nome ou lei. Portanto, cada coisa tem o seu lugar e uma ordem. Montanhas, rios, grutas, florestas e todos os viventes possuem um guardião. Ele é o responsável pela harmonia local e deve responder ao seu superior. Desta maneira, cada elemento da Natureza está entrelaçado com o outro. O guardião da mata fala com o guardião da terra que fala com o guardião do lugar (país, continente, etc.). Pai Sumé é o responsável pelo que chamamos de Brasil, que não tem a mesma geografia que nós “caras pálidas” criamos através de intrigas, guerras e conquistas. Ele zela por estas terras e criaturas que aqui nascem vivem e morrem. Quando as coisas ficam muito complicadas cá embaixo, Pai Sumé se manifesta em carne e osso para por ordem na casa. Creio que ele já deve estar se preparando para mais uma encarnação!

A tradição conta que muito tempo atrás, quando os brancos não tinham ainda chegado por aqui, Pai Sumé se manifestou, andou, comeu e ensinou entre os nativos. Neste tempo, dizem os pajés, os indígenas haviam esquecido as tradições mais antigas e viviam segundo seus caprichos. Uns brigavam com os outros e cobiçavam as mulheres de seus parentes. Não conheciam a plantação da mandioca, o segredo das plantas sagradas para falar com os espíritos, a fabricação das canoas e a linguagem das estrelas. Os mais velhos não se lembravam de sua origem e não conseguiam mais contar as histórias de seus ancestrais. A vida estava um caos. Pai Sumé, chamado também de Tonapa, tomou um corpo de homem muito alvo e apareceu no mundo. Quem morava perto do mar viu Sumé chegando pelas ondas... Ele entrou pela aldeia e começou a ensinar. Ficou um tempo e quando tudo retornou à ordem natural foi embora. Ele fez isso em cada aldeia desta terra e foi visto também nos Andes e na Patagônia. Em cada lugar deixou marcas de sua passagem, como impressões de seus pés, mãos e estranhas inscrições nas pedras dos montes, praias e itapébas (lajes).

Em Santos (SP), muito antigamente, existia uma fonte chamada São Tomé (Sumé foi sincretizado com o apóstolo São Tomé) que ficava no cruzamento das avenidas Bernardino de Campos e Floriano Peixoto de hoje. Na laje da fonte natural se encontrava uma marca do pé de Pai Sumé. Depois que o sábio Pai restabeleceu a tradição perdida, ele voltou ao Toryba (Paraíso Celestial) de onde continua vigiando. Certos pajés amazônicos contam que ele escondeu alguns segredos no Norte do país.

Pai Sumé teria escrito certos símbolos em pedras e as deixou numa espécie de cova no Acre. As inscrições contêm o destino do Brasil e a verdadeira origem dos primeiros habitantes. Alguns pajés conhecem o caminho da cova e zelam pelo lugar (Ras Adeagbo).

FONTE:

BLOG PAY SUMAN

CAMINHOS DE PAYE SUMAN:

Os Peabirus (na língua tupi, "pe" – caminho; "abiru" - gramado amassado) são antigos caminhos, utilizados pelos indígenas sul-americanos desde muito antes do descobrimento pelos europeus, ligando o litoral ao interior do continente. A designação Caminho do Peabiru foi empregada pela primeira vez pelo jesuíta Pedro Lozano em sua obra "História da Conquista do Paraguai, Rio da Prata e Tucumán", no início do século XVIII.

O principal destes caminhos, denominado como Caminho do Peabiru, constituía-se numa via que ligava os Andes ao Oceano Atlântico, mais precisamente Cusco, no Peru, à altura do litoral da Capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo), estendendo-se por cerca de três mil quilômetros, atravessando os territórios dos atuais Peru, Bolívia, Paraguai e Brasil.

Em território brasileiro, um de seus troços ou ramais era a chamada Trilha dos Tupiniquins, no litoral de São Vicente; outro partia de Cananéia; troços adicionais partiam do litoral dos atuais estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Em 1524, o náufrago português Aleixo Garcia, numa expedição integrada por dois mil indígenas Carijós, partindo da ilha de Santa Catarina ("Meiembipe"), percorreu essa via para saquear ouro, prata e estanho, tendo atingido o território do Peru, no Império Inca, nove anos antes da invasão espanhola dos Andes em 1533.

Outros relatos dão conta de que Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, só se fixou naquele trecho do litoral porque, de antemão, dispunha de informações de que, dali se teria acesso ao caminho que o levaria às minas do Potosí, na Bolívia, e aos tesouros dos incas. Por sua determinação, uma expedição partiu de Cananéia (litoral Capitania de São Vicente), em 1531, com o mesmo destino, sob o comando de Pero Lobo, tendo Francisco das Chaves como guia. Seguindo por um antigo caminho indígena que entroncava com o Caminho do Peabiru, esta expedição desapareceu, chacinada pelos indígenas Guaranis, nas proximidades de Foz do Iguaçu, quando da travessia do rio Paraná.

O espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca acompanhou um de seus traços, tendo descoberto, em 1542, as Cataratas de Iguaçu. Na mesma época, o aventureiro Ulrich Schmidel percorreu-o em 1553. Os jesuítas batizaram esse caminho de Caminho de São Tomé, tendo-o utilizado nas suas atividades de evangelização e aldeamento de indígenas, na região do rio Paraná, ainda em meados do século XVI. No século XVII, bandeirantes paulistas, como Antônio Raposo Tavares, trilharam essa via para atacar as missões jesuíticas.

O caminho tinha diversas ramificações, utilizadas pelos Guaranis, que através delas se deslocavam pelas diversas partes do seu território, mantendo em contato as tribos confederadas por uma espécie de correio rudimentar que ligava o Norte e o Sul do Brasil, da Lagoa dos Patos até à Amazônia. Segundo a tradição desse povo, o caminho não foi aberto por eles, que atribuem a sua construção ao ancestral civilizador Sumé, que teria criado a rota no sentido Leste-Oeste.

Pesquisas iniciadas desde o século XIX pelo barão de Capanema, levaram à formulação da hipótese de que este caminho foi criado pelos Incas, numa tentativa de trazer a sua cultura até aos povos da costa do Oceano Atlântico, abrindo o caminho no sentido Oeste-Leste, portanto. Como apoio a essa linha refere-se o testemunho, de mais de um cronista, de que os Incas chamavam seu território de "Biru". Desse modo, a denominação do caminho poderia resultar do híbrido "pe-biru", que equivaleria a "caminho para o Biru". Embora não existam informações acerca da razão pela qual o projeto inca não foi levado a cabo, entre as evidências de sua presença em território brasileiro, cita-se o chamado correio dos Guarani.

Restam ainda, em pontos isolados de mata e em algumas localidades, reminescências desse caminho, que se caracterizava por apresentar cerca de 1,40 metros de largura e leito com rebaixamento médio em relação ao nível do solo de cerca de 40 centímetros, recoberto por uma gramínea denominada puxa-tripa. Nos seus trechos mais difíceis, o caminho chegava a ser pavimentado com pedras. Em alguns trechos era sinalizado por inscrições rupestres, mapas e símbolos astronômicos de origem indígena.

Na década de 1970 uma equipe coordenada pelo professor Igor Chmyz, da Universidade Federal do Paraná, identificou cerca de trinta quilômetros remanescentes da trilha na área rural de Campina da Lagoa, no estado do Paraná. Ao longo desse trecho, foram ainda identificados sítios arqueológicos com vestígios das habitações utilizadas, provavelmente, quando os indígenas estavam em trânsito. Mais recentemente, a Universidade vinha desenvolvendo trabalhos para torná-los em atração turística, a exemplo do Projeto Estrada Real, em Minas Gerais (Wikipedia).

FONTE:

BLOG: PAY SUMAN
Cristianismo Nativo + Igrejas Nativistas + Filosofia Indígena





Caminho do Peabiru - Garuva (SC)


domingo, 1 de agosto de 2010

A LENDA DO "FILTRO DOS SONHOS"





Um velho índio da tribo Lahota (no Sudeste dos EUA) subiu ao topo de uma montanha para ter uma visão. O grande espírito mágico, o sábio Thtomi, apareceu na forma de uma aranha e comunicou-se com o velho em linguagem sagrada, Thtomi, a aranha, pegou das mãos do índio um aro de cipó e começou a tecer uma teia com as oferendas por ele recebidas - penas, crina de cavalo e sementes. Enquanto tecia, o espírito falou sobre os ciclos da vida, do nascimento à morte, e das boas e más forças que atuam sobre nós em cada uma dessas fases. Dizia ele:

“Se você escutar as boas forças, elas o guiarão na direção certa e trarão a harmonia da natureza. Do contrário, a levarão à direção errada, causando dor e infortúnios”.


Quando acabou, o espírito mágico devolveu ao velho o aro de cipó com uma teia no centro e disse: “No centro está a teia que representa o ciclo da vida. Utilize-a para ajudar seu povo a alcançar seus objetivos, fazendo bom uso de suas idéias, seus sonhos e suas visões. Se você acredita no Grande Espírito, a teia filtrará seus sonhos e suas visões. Eles vêm de um lugar chamado Espírito do Mundo, que ocupa o ar da noite com os sonhos bons e ruins. A teia quando pendurada se move livremente e consegue pegar sonhos quando ainda estão no ar.


Os sonhos bons sabem o caminho e deslizam suavemente pelas penas até alcançar quem esta dormindo. Já os ruins ficam presos no círculo central até o nascer do sol, quando morrem com a primeira luz do dia.”

PONTOS DE LUZ:


Somos todos professores de alguém. E ser um professor é estar disposto a fazer o melhor com o que nos é dado, mesmo quando não é o que esperamos. Às vezes, significa trabalhar muitas e difíceis horas em um relacionamento, sem receber sequer um “obrigado”. Hoje, veja a extensão do trabalho espiritual que você faz em silêncio. O silêncio é o que amplia o “barulho” que você faz no mundo. (Yehuda Berg)


NA CASA DO TODO, NINGUÉM É ESTRANGEIRO.

Texto de Wagner Borges.
As estrelas não são estranhas.

Nem nenhum Ser...
Porque o Todo* está em tudo.
E, sendo assim, Ele também habita em nós.
Desde a galáxia mais distante, até o âmago de nossos corações...
É Ele em tudo.
Ninguém é estrangeiro!
Há uma Luz em cada coração.
E diferenças culturais, sexuais ou raciais não alteram isso.
Pois nada na Terra pode anular a essência espiritual de cada Ser.
Por isso, ninguém é estranho!
E de que adianta falarmos do Divino, se não O vemos no brilho do olhar dos outros?
Estranho é isso: não sermos capazes de perceber o Todo em tudo.
E, às vezes, nem em nós mesmos.
Aliás, somos capazes de negar até mesmo isso.
Estranha é essa nossa arrogância!
Que nos humilha tanto, e detona os nossos melhores potenciais.
O orgulho deixa-nos tão pequenos... E, iludidos, nem notamos isso.
Mesmo assim, brigamos e assumimos posição de gigantes.
Inflamos o nosso ego, mesmo vazios de consciência real.
Estranho é anestesiarmos nossa espiritualidade.
E fazemos isso para não pensarmos em outros horizontes além do físico.
E, mais estranho ainda, é quando sabotamos os nossos melhores sentimentos.
Fingimos que eles não existem e os sepultamos sob toneladas de ilusões.
Sim, somos capazes de abafar o amor em nós mesmos.
Ah, isso é que é estranho!
O universo, as estrelas, a vida e todos os Seres...
Tudo dentro do Coração Espiritual do Supremo.
Então, como considerar alguém estranho, se tudo está dentro do Todo?
E nós também?
Na verdade, esquecemos disso porque nos deixamos levar pela arrogância.
Por isso, nos tornamos estranhos até para nós mesmos.
Contudo, somos bem melhores do que supomos.
Sim, porque o Todo está em nossos corações e nos conhece profundamente.
E, quando deixamos o Amor fluir em nós, somos capazes de realizar coisas lindas...
Então, passamos a ouvir a Voz do Todo, que só o coração escuta.
E, quando isso ocorre, deixamos de ser estranhos para nós mesmos.
E aí, tudo muda... E ninguém parece mais estrangeiro.
E, em cada olhar, nós O vemos...
Ele, o Todo que está em tudo!

P.S.:
Ninguém é estranho!
Todos são companheiros de jornada.
E, mesmo sem entender tudo, sentimos isso.
Então, de alguma maneira intuitiva, compreendemos.
..
Porque, quem ama, sabe.
E é feliz, só por existir.
Sim, há uma Luz que brilha mais do que bilhões de sóis.
É a essência da alma.
Essa é a Luz que mora em nossos corações.

Paz e Luz!

- Wagner Borges – neófito do Todo.
São Paulo, 11 de maio de 2010.

- Nota:

* O TODO: expressão hermética para designar o Poder Absoluto que está em tudo. O Supremo, O Grande Arquiteto Do Universo, Deus, O amor Maior Que Gera a Vida. Na verdade, O Supremo não é homem ou mulher, mas pura consciência além de toda forma. Por isso, tanto faz chamá-lo de Pai Celestial ou de Mãe Divina. Ele é Pai-Mãe de todos.